terça-feira, 11 de junho de 2013

saída de emergência



queria sair dali. queria leva-lo embora.
fui só. estou só.
não completamente só, afinal, estou comigo.
com vinho. livros, filmes e computador. e papel e caneta. um moleskine.
mentira. estou escrevendo diretamente no computador.
estou com preguiça demais de viver e de pensar aonde isso pode chegar pra escrever num moleskine, que é pequeno e requer esforço para ficar bom.
mentira de novo. o meu moleskine nunca fica bom. não me esforço tanto assim pra escrever direito dentro de suas pequenas folhas.
e não gosto do grande. nem do médio. nem do muito pequeno. só do pequeno. e só.

queria explicar. dizer algo significativo.
meu tom anda grave. minha voz rouca. meu pensamento seco.
saí de lá. queria leva-lo comigo.
estou só. não completamente só. comigo. vinho. fotografias, música e computador.
e o celular, ao lado, esperando um assobio.
não sei assobiar.

queria dormir. ou pelo menos ter sono. ou cochilar.
sentir seu corpo encostado ao meu. queria leva-lo comigo.
só. sem corpo, nem calor. com calor, na verdade, mas do tempo. que está úmido e quente.
ruím de dormir junto.

já estou cansando de escrever. e não sei mais o que colocar nesse papel.
queria que isso fosse uma introdução. queria leva-lo comigo.
















Barbara Moro
16/02/2013, São Paulo

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